Hoje, 20 de setembro, realizámos a 4ª e última reunião no âmbito das negociações com a AESIRF. Contrariamente ao esperado, a reunião foi amplamente dominada pelo Acordo de Princípios entre a POS e a AES, recentemente tornado público.
Os sindicatos expressaram surpresa com o desenvolvimento, pois não há precedentes de um acordo ser alcançado com tamanha rapidez e antecipação. Este acordo acabou por influenciar negativamente as negociações com a AESIRF, reduzindo o nosso poder negocial e comprometendo a nossa principal reivindicação: um CCT único para o setor.
Embora ainda seja cedo para uma análise detalhada das cláusulas do acordo, a primeira impressão é que o resultado ficou aquém do desejado. Curiosamente, a proposta inicial da AES para aumentos salariais era mais elevada do que o que foi agora acordado.
Para ilustrar: o Salário Mínimo Nacional (SMN) para 2025 será, no mínimo, 860€, o que representa um aumento de 4,88%. Se acrescentássemos 1%, teríamos um aumento de 5,88%, valor superior ao acordado. Caso o SMN suba para 863,22€, o aumento percentual seria de 5,27%, praticamente igualando-se ao SMN. Acreditamos que algumas cláusulas financeiras poderão compensar essa diferença, mas apenas após uma análise mais minuciosa poderemos comentar com mais precisão.
Com este novo acordo, as negociações com a AESIRF foram seriamente condicionadas, dificultando o avanço nas nossas reivindicações. Questionámos a AESIRF sobre os próximos passos, mas a resposta foi de hesitação, sem assumir qualquer posição clara. Vale lembrar que o objetivo inicial da AESIRF era garantir um aumento significativo para afastar os salários do SMN e estabilizar essa diferença.
Além dos salários, continuam em discussão propostas essenciais para proteger os direitos dos trabalhadores e introduzir novos direitos abrangentes para todas as categorias profissionais. No entanto, a reunião terminou sem que a AESIRF tomasse uma posição concreta, alegando a necessidade de reavaliar a situação.
Uma nova reunião foi agendada para o dia 25 de setembro. Também nós teremos de reconsiderar o nosso posicionamento, já que alguns pontos, que antes nos pareciam assegurados, ficaram de fora deste acordo.
Deixamos uma mensagem de confiança aos nossos associados: o SUSP continuará a lutar pelos vossos interesses, garantindo que esta nova realidade não prejudique o vosso futuro. Estamos determinados a conquistar um CCT que traga justiça, respeito e dignidade ao setor. Apesar das dificuldades, não vamos desistir. A luta continua até ao fim.
A Direção
SUSP - De todos para Todos